RIQUEZAS DO VATICANO, FRAUDES EM BANCOS, INTRIGAS, LUTAS PELO PODER E ESCÂNDALOS DURANTE SÉCULOS


Corvos no Vaticano? Maledicência e contas pendentes resolvidas nos meios de comunicação? "Peccata minuta" diante do histórico de escândalos do Estado pontifício, um território de apenas meio quilômetro quadrado onde as lutas de poder e a ambição sem limites criaram um microclima insano durante séculos. Não é preciso retroagir aos tempos dos Borgia (transformados, com fama de envenenadores, em bodes-expiatórios de toda a depravação do Renascimento italiano) para encontrar episódios sombrios desse suposto centro da espiritualidade cristã.

Em 28 de setembro de 1978, morria aos 65 anos João Paulo 1º, o italiano Albino Luciani, 33 dias depois de ser eleito papa. Oficialmente morreu de infarto, mas o cadáver de um pontífice nunca é submetido a autópsia. As teorias conspiratórias dispararam até alcançar o bispo Paul Marcinkus, então responsável pelo Instituto de Obras da Religião, o Banco Vaticano. João Paulo I havia se negado a ocultar o escândalo que sobrevoava as finanças vaticanas?

Os dados que se conhecem tornam pouco plausível essa hipótese, mas a verdade é que Marcinkus, um robusto prelado americano de origem lituana que havia se convertido na sombra de Paulo 6º, tinha motivos para lamentar a morte deste. Sua relação com Michele Sindona, um banqueiro ligado à Máfia, gerou suspeitas sobre a manipulação de dinheiro ilícito procedente dos EUA.

Banco Ambrosiano envolvido mom a Máfia ItalianaO Banco Ambrosiano foi fundado em Milão em 1896 por Giuseppe Tovini, e era chamado de Banco de Santo Ambrósio, que fora arcebispo da cidade. Tovini quis criar um banco católico para contornar a tradição italiana de manter apenas instituições assistenciais e de caridade. A instituição ficou conhecida como "banco dos padres"; um dos executivos foi Franco Ratti, primo do Papa Pio XI. Nos anos de 1960, o banco começou a expandir seus negócios, instalando sua holding em Luxemburgo em 1963. A direção estava à cargo de Carlo Canesi, então o executivo sénior, e a partir de 1965, é nomeado presidente. Em 1947 Canesi trouxera Roberto Calvi para o Banco Ambrosiano. Em 1971, Calvi tornou-se administrador geral, e em 1975 assumiu a presidência. Calvi tornou-se célebre com as lavagens de dinheiro, expandindo as aplicações do Banco Ambrosiano; para isso criou um grande número de companhias fantasmas "offshore" nas Bahamas e na América do Sul; assumiu o controle da Banca Cattolica del Veneto; e investiu na editora Rizzoli para financiar o jornal Corriera della Sera (Calvi tentava com isso trazer benefícios para os associados da loja maçônica P2). Calvi também envolveu o Banco do Vaticano e seus operadores, e aproximou-se do Bispo Paul Marcinkus, o presidente do banco.





Suposto suicídio de Roberto CalviRoberto Calvi (13 de abril de 1920-17 de junho de 1982) foi um banqueiro italiano chamado de "Banqueiro de Deus" pela imprensa por causa de sua estreita associação com a Santa Sé. Natural de Milão, Calvi era o presidente do Banco Ambrosiano, que faliu em um dos maiores escândalos políticos da Itália. Uma fonte de controvérsia permanente, a sua morte em Londres em junho de 1982 foi descartada como um assassinato depois de dois inquéritos legistas e uma investigação independente. Entretanto, os restos do banqueiro seriam exumados em 1998 para serem submetidos a uma nova perícia cujos resultados divulgados em 2002 demonstraram que Calvi foi estrangulado em um terreno baldio perto da ponte onde foi encontrado, e depois foi pendurado para simular um suicídio. Anos depois, ocorre a demissão fulminante de Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco Vaticano. A primeira explicação fala em "irregularidades em sua gestão", mas depois o tom vai aumentando até chegar quase ao linchamento. A primeira explicação oficial critica o economista de 67 anos por "não ter desenvolvido funções de primeira importância para seu cargo".

A verdade é que o Banco Vaticano está sendo submetido desde setembro/13 a uma 1investigação judicial por suposta violação das normas contra a lavagem de capitais. Além de Gotti Tedeschi - presidente também do Santander Consumer Bank, a filial italiana do Banco Santander - a promotoria investiga o diretor-geral do IOR, Paolo Cipriani. O diretor mostra-se enfurecido em suas declarações à imprensa: "Prefiro não falar. Se o fizesse, só diria palavras feias. Debato-me entre a ânsia de explicar a verdade e não querer turvar o Santo Padre com tais explicações". Posteriormente, chega a divulgação, através de um programa de televisão, de uma carta do arcebispo Carlo Maria Viganò, atual núncio nos EUA, na qual conta ao papa diversos casos de corrupção dentro do Vaticano e lhe pede para não ser removido de seu cargo de secretário-geral do Governatório - o departamento encarregado de licitações e fornecimentos. Viganò, porém, é enviado para longe de Roma pelo secretário de Estado, Tarcisio Bertone. Diversas fontes afirmam que o papa chegou a chorar com essa decisão, mas não se atreveu a contradizer Bertone.

O escândalo mais contundente explodiu em 1982, com a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano, uma instituição católica da qual o Banco Vaticano era o principal acionista. A Santa Sé aceitou pagar milhões de dólares em indenizações a entidades estrangeiras afetadas pelo colapso do Ambrosiano. Roberto Calvi, presidente do banco, e Sindona optaram, supostamente, por suicidar-se. Marcinkus encontrou, entretanto, a proteção de João Paulo 2º, sucessor do papa Luciani, que o manteve no cargo até 1989. Um ano antes de se consumar a falência do Ambrosiano, o papa polonês sofreu um atentado gravíssimo, que as sucessivas investigações judiciais e o posterior julgamento não conseguiram esclarecer totalmente.

Envolvido no escândalo do Banco Ambrosiano (1982), que era ligado às finanças do Vaticano, morreu Paul Marsinkus, aos 84 anos de idade e como bispo. O escândalo que se envolveu causou um prejuízo de 1,0 bilhão de dólares. Quando da falência fraudulenta do Banco Ambrosiano, Marsinkus dirigia o Instituto de Obras Religiosas e cuidava do Banco do Vaticano. Ele morreu de morte natural. Os dois outros envolvidos no escândalo e quebra fraudulenta do Banco Ambrosiano, foram assassinados: Michele Sindona e Roberto Calvi. Michele Sindona, apelidado de “banqueiro da máfia, foi envenenado na prisão, ao tomar o café da manhã e apesar de ter cela individual e vigiada 24 horas.

O agora falecido Marsinkus era faixa preta e durante anos atuou como guarda-costa de dois papas. Depois do escândalo, recolheu-se a um mosteiro em Phoenix. Em 1982, quando da quebra fraudulenta do Banco Ambrosiano, o monsenhor Marsinkus só não foi preso pela Justiça italiana pois tinha imunidade vaticana-eclesiática. Para muitos, as mortes de Calvi e Sindona estavam ligadas à tentativa de assassinato do papa João Paulo II, pelo turco Ali Agca. Paul Marsinkus morreu aos 84 anos nos EUA e leva para o túmulo muitos segredos.


Em 2013, após escândalos, Banco do Vaticano fecha centenas de contas

Cardeal ligado ao Banco do Vaticano

São Paulo – O banco do Vaticano está fechando centenas de contas depois da pressão das maiores instituições financeiras do mundo para se livrar de penalidades de autoridades europeias, segundo reportagem publicada, neste sábado, pelo Financial Times (FT). Trata-se da primeira mudança pró-transparência nos 71 anos de história do banco da Igreja Católica. A investigação do FT durou 11 meses e revela a falta de transparência e a má gestão do banco do Vaticano, características que dão margem para interpretação de que o Instituto para Obras de Religião (nome oficial do banco) estaria ligado com lavagem de dinheiro da máfia italiana. Deutsche Bank, JPMorgan e UniCredit estão entre os grandes bancos que se recusaram a prestar serviços financeiros ao longo dos últimos dois anos ao Vaticano. Essa pressão, uma consequência do aperto feito por autoridades europeias, fez com que a Igreja Católica sacudisse o banco para retirar potenciais lavadores de dinheiro e fraudes fiscais. O banco do Vaticano foi considerado por um órgão do Conselho Europeu como um dos piores em quesito de transparência, há dois anos atrás.

Segundo o FT, poucos documentos eram usados para controlar o fluxo de caixa do banco. Existia um complexo sistema de "proxies", que permitia a representantes realizarem transações, em nome dos titulares das contas. Foi dessa forma, que, segundo o jornal britânico, foram enviados dinheiro secretamente para grupos cristãos em Cuba e no Egito.

Ainda de acordo com o FT, as mudanças no banco do Vaticano começaram com o então papa Bento XVI. Este processo foi acelerado pelo papa Francisco desde sua eleição, em março.

Em junho deste ano, um clérigo sênior, monsenhor Nunzio Scarano, foi preso por supostamente agir como intermediário em transações do Vaticano, tornando-as difíceis de rastrear. Ele estaria transferindo dinheiro em nome de pessoas que conhecia, incluindo uma família de proprietários de navio da região de Nápoles.

Fontes:

* Notícias UOL

* Bispo Paul Marcinkus - conhecido por Banqueiro de Deus.

* Escândalos no Banco do Vaticano - Revista Exame


Para finalizar, não é por acaso que a Igreja Católica, apesar de tudo o que foi dito acima, ainda é uma das maiores proprietárias de terras e imóveis em todo o mundo. Os banqueiros melhor informados calculam as riquezas do Vaticano entre DEZ A QUINZE BILHÕES (Eu disse BILHÕES) DE DÓLARES. Ele (Vaticano) possui grandes investimentos em bancos, seguros, produtos químicos, aço, construções, imóveis etc. SOMENTE OS DIVIDENDOS servem para manter de pé toda a organização, INCLUÍDAS AS OBRAS DE BENEFICÊNCIA. Tal fortuna vem sendo ACUMULADA em função das reaplicações no mercado. Nos pátios do Vaticano, encontram-se todos os símbolos de uma multinacional: Estacionamento repleto de Mercedes último tipo pretas, com motorista. A Cúria Romana possui hoje, um patrimônio que talvez seja o mais valioso do mundo pertencente a uma Instituição.

Será que Bancos Comerciais, Seguradoras, Produtos Químicos, Indústria do Aço, Construções, Imóveis (são centenas espalhados pela Itália), automóveis Mercedes, também fazem parte do "Patrimônio Mundial da Humanidade"? Ou pertencem ao "Patrimônio Particular do Vaticano"?

Por que, ao invés de reaplicar o dinheiro, o Vaticano não o redistribui para os mais carentes? Será que é mesmo necessário ACUMULAR CERCA DE 15 BILHÕES DE DÓLARES para manter a Igreja Romana?

E a própria Revista "Isto É - Dinheiro" revela a situação financeira do Vaticano, que apesar das dificuldades, mantém um Patrimônio, revelado pela própria Cúria Romana, de 5 bilhões de dólares mais 3,2 bilhões de dólares depositados no Banco do Vaticano. E se essas cifras são reveladas pela própria Igreja, então, é sinal que o montante pode ser muito maior. E a Revista ainda diz: "... O pontífice tem ainda 1 mil apartamentos registrados em seu nome na capital italiana, Roma."   Para confirmar, acesse:

https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/negocios/20020717/santa-crise/19550

Crise no Vaticano


Isso sem contar o que foi publicado na Revista Super Interessante de Novembro de 2003, a qual relata que o Vaticano tem investimentos em, pasmem: Indústrias de armas, bombas e tanques!!! E como se não bastasse, há uma outra contradição inexplicável nesses "investimentos" da Cúria Romana, ou seja, o Vaticano, que sempre foi contra o uso de anticoncepcionais, investe justamente em indústrias que fabricam os mesmos anticoncepcionais!!! Parece que, quando o negócio é arrecadar dinheiro, vale tudo para o Palácio Papal. Vejam a matéria:

Os bastidores do Vaticano







Vaticano encontra milhões de euros 'escondidos' em contas de departamentos da Santa Sé

https://oglobo.globo.com/sociedade/religiao

Milhões de Euros descobertos no Vaticano


CIDADE DO VATICANO - O ministro da Fazenda do Vaticano revelou que centenas de milhões de euros foram encontrados "escondidos" em contas de vários departamentos da Santa Sé sem terem aparecido nos balanços da cidade-Estado.

Em um artigo na edição da revista britânica "Catholic Herald" que será publicada nesta sexta-feira, o cardeal australiano George Pell escreveu que a descoberta significa que as finanças em geral do Vaticano estão em melhor estado do que se acreditava.

“De fato, descobrimos que a situação é muito mais saudável do que parecia, porque algumas centenas de milhões de euros estavam escondidas em contas particulares seccionais e não apareceram na folha de balanço”, escreveu.

“É importante enfatizar que o Vaticano não está quebrado... a Santa Sé está mantendo seus pagamentos e possui bens e investimentos substanciais”, afirmou Pell, de acordo com uma prévia do texto disponibilizada.

Pell não insinuou nenhum malfeito, mas disse que durante muito tempo os departamentos do Vaticano tiveram “liberdade quase total” com suas finanças e que seguiram “padrões há muito estabelecidos” na administração de seus assuntos.

“Muito poucos ficaram tentados a contar ao mundo o que estava acontecendo, a não ser quando precisavam de uma ajuda adicional”, afirmou, destacando o outrora poderoso Secretariado de Estado como um departamento que protegia sua independência de maneira especialmente ciumenta.

“Era impossível para qualquer um saber precisamente o que estava acontecendo de forma geral”, disse Pell, chefe do novo Secretariado para a Economia, que é independente do hoje rebaixado Secretariado de Estado.

Pell é um forasteiro do mundo de língua inglesa transferido pelo papa Francisco de Sydney para Roma para supervisionar as muitas vezes nebulosas finanças do Vaticano depois de décadas de controle nas mãos de italianos.

O escritório de Pell enviou uma carta a todos os departamentos do Vaticano no mês passado tratando das mudanças na ética econômica e na prestação de contas.

A partir de 1º de janeiro/15, cada departamento terá que adotar “políticas administrativas confiáveis e eficientes” e preparar informações financeiras e relatórios que obedeçam padrões internacionais de contabilidade.

As declarações financeiras de cada departamento serão analisadas por uma grande empresa de auditoria internacional, diz a carta.

Desde a eleição de Francisco em março de 2013, o Vaticano adotou grandes reformas para aderir a padrões financeiros internacionais e evitar a lavagem de dinheiro, e fechou muitas contas suspeitas em seu banco, assolado por escândalos.

Em seu artigo, Pell afirma que as reformas estão “bem encaminhadas e já passaram do ponto no qual o Vaticano poderia voltar aos 'maus e velhos dias'.




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