DE UMA VEZ POR TODAS :

O ESPIRITISMO É CRISTÃO OU NÃO ???



Começo minha resposta com uma afirmação :



Só pode existir Espiritismo com Jesus, e sem Ele, a doutrina que O excluir deverá se dar um nome qualquer, menos o de Espiritismo !!!



MAS POR QUE O ESPIRITISMO É CRISTÃO ?


Ao que nós sabemos, ainda não existe nenhuma Instituição ( nacional ou internacional ) encarregada de distribuir "carteirinha de cristão" a quem quer que seja. E necessariamente, não temos que pensar de maneira igual, pois cada um de nós é uma individualidade distinta que possui grau de evolução diferente dos demais.

Não foi, pois, por acaso, que a Igreja afirmou, logo após haver Kardec publicado os seus primeiros Livros, que o Espiritismo deveria ser atacado com todas as armas ( falsas e sujas, também ? ), pois que, ou a Igreja acabaria com ele, ou ele acabaria com ela.

Ledo engano da Igreja, naquela época, pois, desde Kardec, nenhum Espírita jamais pensou em destruir a Igreja.

E há uma frase espírita muito conhecida: "O Espiritismo não é a Religião do futuro, mas, o futuro de toda Religião". Isto porque todas as Religiões têm alguma coisa a ver com ele : Crença em Deus, na imortalidade dos espíritos, no contato com eles, na mediunidade, na reencarnação e na necessidade de seguirmos princípios morais que aprimoram nosso relacionamento com Deus e nossos semelhantes. E todas as Religiões, mais hoje, mais amanhã, chegarão a descobrir os fenômenos Espíritas e as suas verdades. Para citar um exemplo, sugiro o Texto 3, deste Site, onde é registrada, pelo Vaticano, a possibilidade da comunicação com os Espíritos.

Segundo o autor de um dos textos da Revista Ultimato, o Espiritismo é a Religião que mais títulos honrosos dá a Jesus. Aliás, o grande biblista francês, Padre François Brune, reencarnacionista e representante do Vaticano para a Transcomunicação Instrumental   ( contato com os espíritos via meio eletrônico ), disse que gostaria de que os Católicos amassem a Jesus como os Espíritas O amam. Portanto, o articulista está mais do que certo, quando reconhece o carinho com que os Espíritas tratam Jesus. Mas afirma ele que os Espíritas não reconhecem a Divindade de Cristo. Mas isso não é novidade, pois há dois mil anos que os Cristãos brigam por causa disso.

Mas, deixando de lado essas pequenas divergências, é notório que o Espiritismo segue o Cristianismo, mas o Cristianismo Primitivo, ou seja, aquele anterior ao tumultuado Concílio de Nicéia ( 325 D.C.) e outros que começaram a instituir os Dogmas da Igreja, entre eles o da Santíssima Trindade e, consequentemente, o do Espírito Santo e o da Divindade de Jesus, que não existiam entre as primeiras gerações das comunidades Cristãs, as quais não conheciam sequer o Espírito Santo, a não ser como um espírito humano. E do citado Concílio, o Bispo de Roma não teve uma participação direta, pois que, à frente de tudo, estava o Imperador Constantino. Ademais, o Papa não era ainda bem um Papa, porque esse privilégio de o Bispo da Capital do Império Romano ser o Bispo mais importante, a ponto de mandar em todos os outros, estava ainda muito no início. Por isso, foi também o próprio Imperador Constantino quem convocou e presidiu esse Concílio.

Entretanto, iremos recorrer ao Evangelho para tirarmos a prova. Primeiramente, citaremos o próprio Jesus que diz : "Porque, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, eu estou entre eles" ( Mateus 18, 20 ). Veja que a única condição para Ele estar junto com alguém é que se esteja reunido, SINCERAMENTE, em Seu nome. Fora disso, só se alguém estiver querendo ser maior que Jesus. Agora podemos citar Paulo, que em sua Carta aos Coríntios, diz : "Julgais as coisas só pelas aparências. Se alguém tem a certeza de pertencer a Cristo, considere que nós somos de Cristo como Ele" (2 Coríntios 10, 7).

Também fazemos uma diferença entre ser Cristão e seguir a Cristo. Os que atualmente se dizem Cristãos, nada mais são que pessoas que poderíamos dizer, judeu-cristãos, já que para eles a fonte de suas "verdades" se apoia na Bíblia, mal traduzida, em quaisquer de suas variações. Seguir a Cristo para nós, seria esforçarmos para colocar Seus Ensinamentos em prática no nosso dia-a-dia. Não O vemos em momento algum criticando a Religião de ninguém, nem O vemos tentando, a qualquer custo, converter alguém a segui-Lo. A única coisa que Ele disse foi : "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (João 14, 6). Entretanto, isto significa que sem praticar Seus Ensinamentos, não há como chegar ao Pai. E disse Jesus : "Portanto, o que falo é justamente aquilo que o Pai me mandou anunciar" (João 12, 50), ou seja, estava transmitindo-nos as orientações de Deus.

E para os menos avisados, Kardec, estudando a moral do Cristo, publicou o Livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo – E.S.E", onde analisa, sob a ótica da Doutrina Espírita, os Ensinamentos de Jesus, dentre os quais citamos o Sermão da Montanha. E para ressaltar a importância dele, vejamos os dados abaixo :


1 – No E.S.E. existem 28 capítulos, dos quais 18 contêm Passagens dele, correspondendo, portanto, a 64% dos capítulos ;

2 – Em Mateus, ele está inserido nos capítulos 5, 6 e 7, num total de 111 versículos. Destes, 92 foram estudados por Kardec, ou seja, 83% dos versículos ;

3 – Em Mateus, existem 28 capítulos, e esse episódio está narrado em 3, o que equivale a 11% dos capítulos.


Assim, no aspecto Religioso, o Espiritismo abraça, sem dúvida alguma, os Ensinamentos de Cristo, porém, não abraça os ensinamentos daqueles que se julgam donos da verdade. A nossa máxima é "FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO", que cumprida, significa : Amar ao próximo como a nós mesmos, mandamento básico da mensagem de Deus vinda aos homens por intermédio de Jesus.

Em todo o texto do Livro dos Espíritos, uma só vez os Espíritos, e o Codificador, traçaram um paralelo entre o Espiritismo e o Cristianismo a saber :


"(...) Vede o paganismo; não há hoje, certamente, pessoas que professem as ideias religiosas dos tempos pagãos. Entretanto, vários séculos depois do advento do Cristianismo, elas deixaram traços que só a completa renovação das raças pôde apagar. Ocorre o mesmo com o Espiritismo; ele fez muito progresso, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo dissipará. É o próprio Cristianismo que lhe abre os caminhos e sobre o qual ele se apóia”.

O Cristianismo tinha barreiras a superar. O Espiritismo, de maneira análoga e humilde, traz luz aos incrédulos, mesmo àqueles que, com orgulho, opõem-se de forma sistemática e interessada.

Note-se que o texto começa falando de ideias religiosas, e afirma que a base do Espiritismo é o próprio Cristianismo que lhe abre os caminhos e é sobre o qual se apóia. Assim sendo, se o Cristianismo é uma religião, e dizemos religião cristã, uma vez que é a base do Espiritismo, este não perde a sua essência de religião e podemos dizer Religião Espírita, ou, para sermos mais consentâneos, Religião Espírita-Cristã, ou, mais propriamente, Espiritismo Cristão.

Os Espíritas não podem ficar sujeitos às interpretações e dogmas impostos por qualquer pessoa. E nisso o Espiritismo é ímpar entre as Religiões, pois, muito ao contrário, diz justamente que, devemos criticar tudo, não aceitar nada sem uma análise feita utilizando a razão e a lógica, e que podemos questionar tudo, mas tudo mesmo, porque   INFALÍVEL, SÓ DEUS !!!

Com absoluta certeza, o verdadeiro Cristianismo não é o que se encontra em boa parte das Religiões, o qual serve mais aos interesses dos homens do que os de Deus. Não seguimos a esse "cristianismo" mercantilista que explora a fé das pessoas, para obter dízimos, 10% do salário, pedidos de "ofertas" vultosas nos Templos, dentre outras coisas.

Enfim, observemos :


* Eles não compreendem nem o que dizem, nem as questões que defendem, apesar de se apresentarem como doutores da lei (1 Timóteo 1, 7).

* Porque, onde há ciúme e espírito de discórdia, aí reina desordem e toda espécie de maldade (Tiago 3, 16).

* Esta é a vontade de Deus : Fazer calar, pela prática do bem, a ignorância dos homens insensatos (1 Pedro 2, 15).

* Será que me tornei vosso inimigo por dizer-vos a verdade ? (Gálatas 4, 16).



MAS OS ESPÍRITAS NÃO ACREDITAM NA CRIAÇÃO DO MUNDO EM SEIS DIAS, HÁ SEIS MIL ANOS ?


E nem poderíamos acreditar num absurdo desse. Vejamos o que a Ciência afirma sobre a idade do Planeta Terra : A datação radiométrica permitiu aos Cientistas calcular a idade da Terra em 4 bilhões e 650 milhões de anos. Assim, não há como contrariar a Ciência por causa da Bíblia. Uma coisa que normalmente os bibliólatras não conseguem enxergar é que tudo o que a Ciência vier a descobrir ou desvendar, estará certamente descobrindo ou desvendando Leis Naturais, cuja origem é Deus, assim, via de consequência, são inegavelmente Leis Divinas.

É bom lembrar que, não há muito tempo atrás, os que se apegavam cegamente à Bíblia, quiseram contestar a tese de Galileu, que afirmava não ser a Terra o centro do Universo, e quase o queimaram vivo por isso. Mas, hoje em dia, nem se discute mais esse assunto, pois até a Igreja reconheceu, depois, que Galileu estava coberto de razão.

Sabemos que um véu foi lançado propositadamente sobre algumas partes dos Ensinamentos da Bíblia. Este véu deve ser levantado para que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, possa inteirar-se do elemento espiritual e para que a Religião PARE de menosprezar as Leis Orgânicas e imutáveis da matéria. Essas duas forças, apoiando-se uma sobre a outra, e andando juntas, se prestarão um mútuo apoio. Então a Religião, não recebendo mais o desmentido da Ciência, adquirirá uma força inabalável, porque estará de acordo com a razão, e não se lhe poderá opor a irresistível lógica dos fatos.



CRÊEM EM 3 PESSOAS FAZENDO O PAPEL DE UM DEUS ?


Se fosse ensino inequívoco e inquestionável de Jesus, creríamos. Entretanto, não O vemos em momento algum dizer, inequivocamente, que Ele era o próprio Deus. Ao contrário, inúmeras vezes se dizia Filho do Homem ( Mateus 30 vezes, Marcos 13 vezes, Lucas 26 vezes e João 11 vezes ) e, pouquíssimas vezes Filho de Deus (João 3 vezes). Ser Filho de Deus, não quer dizer que era Deus, existe uma diferença inconfundível nisso. Desculpe-nos, falamos inconfundível somente para pessoas de mente aberta, não para alguns fanáticos.

Jesus nunca se proclamou ser Deus, mas, tão-somente, Filho de Deus. E a prova de que Jesus não é mesmo Deus, é que a Bíblia nos apresenta Jesus, várias vezes, orando a Deus, ao Pai, mas nunca ela nos apresenta o Pai orando para Jesus.

Sobre "o Espírito Santo", vamos abrir um parênteses aqui e estender um pouco as explicações. Poucas pessoas sabem que, no original grego, fala-se em "UM Espírito Santo" (Pneuma Hagion). Como no Grego não há artigo indefinido "um", traduzindo-se essa expressão Pneuma Hagion para outras línguas que possuem o artigo indefinido, como o Português, ele deve aparecer na tradução, sob pena de a mesma ficar errada. Só se poderia colocar nas traduções o artigo definido "O" (ho, em Grego), se ele tivesse sido empregado pelos autores no texto original sagrado, o qual ficaria assim : "ho Pneuma Hagion".

Por outro lado, o Velho Testamento não fala em Santíssima Trindade nem em Espírito Santo, a não ser quando se refere ao espírito santificado de alguém, só nos ensinando que havia um Deus único.

Isso explica porque os Cristãos, dos primórdios do Cristianismo, não conheciam a Santíssima Trindade, o Espírito Santo nem a Divindade de Jesus. O Espírito Santo, sim, era conhecido, mas, como vimos, sob a forma de "um" Espírito Santo, ou seja, o espírito encarnado ou desencarnado, mas jamais como sendo a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, de que nem sequer se ouvia falar. Foi por isso que São Paulo disse que somos templos de UM Espírito Santo ( como está no original grego ).

Já a Vulgata complicou mais, ainda, a questão, pois o Latim não tem nenhum dos dois artigos. Se há expressões sem o artigo, ou seja “en pneumati hagio” ou “en pneumati theou” a tradução deveria ser UM e não “O”, independente do Tradutor ser Kardecista ou não. Mas parece que quando Ele é Protestante ou Católico, aí deixa de haver imparcialidade e se diz sem nenhum pudor : “Para os Cristãos não se verifica a necessidade do artigo, pois trata-se “Do” Espírito Santo. Está aí, a clara parcialidade tendenciosa, pois independente das suas diretrizes religiosas, a gramática, se bem respeitada, não incluiria aí o artigo, mas os Tradutores das Bíblias atuais, burlando as regras gramaticais e impondo sua linha de pensamento, dizem que se trata “Do” Espírito Santo.


PNEUMA HAGION = Espírito Santo - Retirado do Livro de Pastorino Torres :

Trata-se de uma observação de linguística : O emprego do adjetivo hágion, ao lado do substantivo pneuma. Sistematicamente, o substantivo precede: pneuma hágion ("Espírito Santo"). No entanto, Lucas, e só Lucas, inverte nove vezes, contra 41 vezes em que segue a construção normal. Qual a razão ? Bem, citemos os passos, nos quatro autores dos Evangelhos, dando os diversos textos em que aparece a palavra pneuma com suas diversas construções. Os versículos foram tirados de edições mais antigas da Bíblia, podendo já ter sido alterados nas mais recentes :

1 - Tò Pneuma Tò Hágion = O Espírito O Santo :
Mat. 12:32; Marc. 3:29; 12:36; 13:11; Luc. Ev. 3:22; 10:21; At. 1:16; 2:33; 5:3, 32; 7:51: 10:44, 47; 11:15; 13:2; 15:8, 28; 19:6; 20:28; 21:4; 28:25. Em João aparece uma só vez, e assim mesmo em apenas alguns códices tardios, havendo forte suspeição de haver sido acrescentado posteriormente ( em 14:26 ).

2 - Pneuma Hágion ( indefinido, sem artigo ) = Um Espírito Santo :
Mat. 1:18, 20; 3:11; Marc. 1:8; Luc. Ev. 1:15, 41, 67; 2:25; 3:16; 4:1; 11:13: At. 1:2, 5: 2:4; 4:8, 25; 7:55; 8:15, 17, 19; 9:17; 10:38; 11:16, 24; 13:9, 52; 19:2 (2 vezes); João, 20:22.

3 - Tò Hágion Pneuma = O Santo Espírito ( inversão ):
Luc. Ev. 12:10, 12; At. 1:8: 2:38; 4:31; 9:31: 10:45; 13:4; 16:6.


E em todo o resto do Novo Testamento, só aparece essa inversão uma vez mais, em Paulo ( l.ª Cor.6:19 ), onde, assim mesmo, alguns códices trazem a ordem comum.

Os casos mais importantes são onde encontramos pneuma hagion com o artigo ou sem o artigo. Então o contexto precisa nos ensinar se devemos ler «O Espírito Santo» ou «Um Espírito Santo». Assim em Lucas 11:l3 todos os tradutores, não atendendo à falta do artigo definido no grego, têm «quanto mais dará o Pai celestial o Espirito Santo àqueles que lho pedirem ?» Contexto ( remoto ) em Mat 7:11, ensina-nos que devemos ler Luc. 11:13 «quanto mais dará o Pai celestial um Espirito Santo àqueles que lho pedirem», talvez com a simples oração «Santifica-nos, Senhor». Aliás, seria um tanto estranho Jesus ensinar aos discípulos a orar formalmente pelo dom do Espírito Santo antes de Ele ter sido prometido, bem sabendo que a oração não podia ser atendida senão depois da Sua ressurreição e de Pentecostes ( João 7:39 ).



Mudemos de assunto. A Divindade de Jesus foi aprovada no Concílio de Nicéia (325 D.C.) por um voto, apenas, de diferença, apesar da pressão do Imperador Constantino, com ameaças de punições, como o exílio no deserto, para os que votassem contra a proclamação da Divindade de Jesus, que, até então, só era aceita por uma minoria da Igreja. O famoso e respeitado Teólogo Ário era o líder dos contrários à instituição do Dogma da Divindade de Jesus, o qual contava com o apoio de mais de 300 Bispos do mundo até então Cristão.

Como se vê, a Divindade de Jesus foi promulgada por uma espécie de "DECRETO", e não por fundamentos e estudos teológicos. Interessante, não ???

Além disso, Constantino queria um Império unido e forte, sem dissenções. Para manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a autoridade humana, as autoridades eclesiásticas romanas deviam manter a ignorância sobre as filosofias e escrituras. A mesma Bíblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus forte, para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo. Era necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias de Moisés, Elias, Isaías, etc, onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocaram Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo.

Nesse quadro de ambições e privilégios, não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, era necessário admitir a quintessência da teologia : "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano ( 155-220 ), apologista Cristão.

Disso tudo deveria nascer uma religião forte como servia ao império romano. Vieram ainda a ser criados os mitos da Sagrada Família e de todos os Santos, mas as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos interesses da Igreja que nascia.

Esta lógica foi adotada pelas forças clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta religião, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade, pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo que simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas que na prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada.

Então não era da tolerância pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes terrenos.

Para isso, Constantino devia adaptar a Religião do Carpiteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova religião que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica, seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites quase inatingíveis.

Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mão de Deus.

Fonte : “UMA HISTÓRIA DA LEITURA”, de Alberto Manguel, COMPANHIA DAS LETRAS – SP, 1997 ( páginas 228 a 237 ) da "LEITURA DO FUTURO" - Editora Schwarcz Ltda.





Historicamente, segundo os melhores pesquisadores teólogos, a "Santíssima Trindade", tão apregoada pelo Catolicismo, teve origem na Trindade da Índia ou na concepção caldáica da própria Divindade. Ou seja, essa "Trindade" nada mais foi que uma cópia da base fundamental de outras Religiões, bem mais antigas do que o Cristianismo. Essas outras Religiões tinham por base a MITOLOGIA para justificar a "Trindade". Muitos deuses, nessas antigas Religiões, são reconhecidos, mas todos são manifestações de Brahma. E junto com Vishnu e Shiva, constituem a "Santíssima Trindade" Hindu : O Trimurti, ou os três poderes, termo que foi antecedente da "Santíssima Trindade" do Catolicismo, e bem à sua semelhança.

Portanto, a Divindade de Jesus, relacionada com a "Santíssima Trindade" tão apregoada pelo Catolicismo e adotada pelo Protestantismo, tem por base histórica MITOLOGIAS e IMPOSIÇÕES DE TIRANOS, COMO FOI O CASO DO IMPERADOR CONSTANTINO, EM 325 D.C. E os fiéis da Igreja aceitam tudo, sem questionar ... Na verdade, os fiéis Católicos e Evangélicos das Igrejas, de um modo geral, nem sabem o porquê das coisas, e saem por aí proclamando "verdades" à sua maneira. Basta o Padre ou o Pastor falar que é "verdade", dizer que existe alguma passagem na Bíblia ( convenientemente interpretada por suas respectivas Religiões ), E TODOS ACEITAM CALADOS E RESIGNADOS !!!


Além disso, observem as citações relativas ao Dogma da Trindade, feitas por Instituições e Estudiosos de várias partes do mundo :


The New Encyclopaedia Britannica diz : "Nem a palavra Trindade, nem a doutrina explícita, como tal, aparecem no Novo Testamento, e nem Jesus ou seus seguidores tencionaram contradizer o Shema do Velho Testamento: 'Ouve, ó Israel: O Senhor, nosso Deus, é um só Senhor' (Deut. 6:4). A doutrina desenvolveu-se gradualmente com o decorrer dos séculos, enfrentando muitas controvérsias. Por volta do fim do 4.° século. a doutrina da Trindade tomou substancialmente a forma que desde então tem conservado." - (1976), Micropædia, Vol. X, p. 126.

The New Catholic Encyclopaedia diz : "A formulação de 'um só Deus em três Pessoas' não foi solidamente estabelecida, de certo não plenamente assimilada na vida cristã e na sua profissão de fé, antes do fim do 4.° século. Mas, é precisamente esta formulação que tem a primeira reivindicação ao título o dogma da Trindade. Entre os Pais Apostólicos, não havia nada, nem mesmo remotamente, que se aproximasse de tal mentalidade ou perspectiva." - (1967), Vol. XIV, p. 299.

The Encyclopedia ( Americana ) : O Cristianismo derivou-se do judaísmo, e o judaísmo era estritamente unitário [cria que Deus é uma só pessoa]. O caminho que levou de Jerusalém a Nicéia dificilmente foi em linha reta. O trinitarismo do quarto século de forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi, ao contrário, um desvio deste ensinamento." - (1956), Vol. XXVII, p. 294L.

Segundo o Nouveau Dictionnaire Universel : "A trindade platônica, que em si é meramente um rearranjo de trindades mais antigas, que remontam aos povos anteriores, parece ser a trindade filosófica racional de atributos que deram origem às três hipóstases ou pessoas divinas ensinadas pelas igrejas cristãs. O conceito deste filósofo grego ( Platão, do 4.° século AEC ) sobre a trindade divina pode ser encontrado em todas as religiões pagãs antigas." - ( Paris, 1865-1870 ), editado por M. Lachâtre, Vol. 2, p. 1467.

The Dictionary of the Bible, diz : "A trindade de pessoas dentro da unidade de natureza é definida em termos de 'pessoa' e de 'natureza', que são termos filosóficos gregos ; na realidade, esses termos não aparecem na Bíblia. As definições trinitárias surgiram em resultado de longas controvérsias, em que estes termos e outros, tais como 'essência' e 'substância', foram erroneamente aplicados a Deus por alguns teólogos." - (Nova Iorque, 1965), p. 899.

The New Catholic Encyclopaedia admite : "A maioria dos textos do Novo Testamento revela o espírito de Deus como sendo algo, não alguém; isto se vê especialmente no paralelismo entre o espírito e o poder de Deus. ( 1967, Vol. XIII, p. 575 ) Diz também : "Os apologistas ( escritores cristãos gregos do segundo século ) falavam com demasiada hesitação do Espírito; pode-se adiantar até certo ponto que o fizeram de modo impessoal demais." - Vol. XIV, p. 296.

The Dictionary of Religious Knowledge ( Dicionário de Conhecimento Religioso ), de Abbott, chama a Trindade de característica "deveras marcante" da religião hinduísta, sendo "discernível" nas antigas religiões pré-cristãs da Pérsia, do Egito, de Roma, do Japão, da Índia e da Grécia. O Professor Hopkins responde: "A doutrina da trindade era evidentemente desconhecida de Jesus e de Paulo; de qualquer modo, eles nada dizem sobre ela." - Origin and Evolution of Religion ( Origem e Evolução da Religião ).

Newman em The Development of Christian Doctrine ( O Desenvolvimento da Doutrina Cristã ), página 15, escreveu que os credos antes do tempo de Constantino não faziam qualquer menção dela. "Fazem deveras menção de Três; mas, nunca se declara, e jamais se poderia deduzir deles que haja qualquer mistério na doutrina, que os Três são Um, que Eles sejam coiguais, coeternos, todos incriados, todos onipotentes, todos incompreensíveis".

Reconhece a New Catholic Encyclopedia ( Nova Enciclopédia Católica ) : "Há o reconhecimento, por parte de teólogos bíblicos, inclusive um número constantemente crescente de católicos-romanos, de que não se deve falar de Trinitarismo no Novo Testamento sem séria qualificação. Há também o reconhecimento intimamente paralelo, por parte dos historiadores de dogmas e dos teólogos sistemáticos de que, quando se fala deveras de Trinitarismo inqualificado, já se passou do período das origens cristãs para, digamos, o último quadrante do 4.° século. Foi somente então que aquilo que se poderia chamar de dogma trinitário definitivo, 'Um Deus em três Pessoas' tornou-se cabalmente assimilado na vida e no pensamento cristãos."

The Catholic Encyclopedia for School and Home ( Enciclopédia Católica Para a Escola e o Lar ) admite : "A Trindade era desconhecida das pessoas antes do tempo de Nosso Senhor".

The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge ( Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso de Schaff-Herzog ) indica : "Muitos dos cristãos primitivos, por sua vez, sentiam peculiar atração pelas doutrinas de Platão, e as empregavam quais armas para a defesa e extensão do Cristianismo, ou colocavam as verdades do Cristianismo numa moldura platônica. As doutrinas do Logos ("a Palavra" em grego ) e da Trindade obtiveram seu formato dos Padres gregos que, se não educados nas escolas, foram muito influenciados, direta ou indiretamente pela filosofia platônica, em especial em sua forma judaico-alexandrina.

The Illustrated Bible Dictionary (Dicionário Bíblico Ilustrado - Protestante ) declara : "A palavra Trindade não é encontrada na Bíblia. Não achou um lugar formal na teologia da igreja até o 4.° século. Embora não nos forneça uma doutrina formulada da Trindade, contém todos os elementos com os quais a teologia formulou a doutrina."

The New International Dictionary of the New Testament Theology declara : "Tudo isto sublinha o ponto de que o Cristianismo primitivo não dispunha de uma doutrina explícita da Trindade, tal como foi subseqüentemente formulada nos credos da igreja primitiva".

No prefácio do livro History of Christianity ( História do Cristianismo ), de Edward Gibbon, lemos : "Se o paganismo foi conquistado pelo cristianismo, é igualmente verdade que o cristianismo foi corrompido pelo paganismo. O puro deísmo dos primeiros cristãos foi mudado, pela Igreja de Roma, para o incompreensível dogma da trindade. Muitos dos dogmas pagãos, inventados pelos egípcios e idealizados por Platão, foram retidos como sendo dignos de crença."

O Dicionário do Conhecimento Religioso menciona que muitos dizem que a Trindade "é a corrupção emprestada de religiões pagãs e enxertada na fé cristã". E o Paganismo no Nosso Cristianismo declara : "A origem da Trindade é inteiramente pagã".

Na Enciclopédia de Religião e Ética, James Hastings escreveu : "Na religião indiana, p.ex., temos o grupo trinitário de Brama, Xiva e Vixenu; e na religião egípcia, com o grupo trinitário de Osíris, Ísis e Hórus. Tampouco é apenas em religiões históricas que encontramos Deus sendo considerado como uma Trindade. Vem-nos à mente em especial o conceito neoplatônico da Suprema e Derradeira Realidade", que é "representada triadicamente".

The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge ( Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzog ) mostra a influência dessa filosofia grega: "As doutrinas do Logos e da Trindade receberam a sua forma de Pais Gregos, que foram muito influenciados, direta ou indiretamente, pela filosofia platônica. Que dessa fonte se infiltraram erros e corrupções na Igreja, não pode ser negado."

No livro A Statement of Reasons ( Declaração de Razões ), Andrews Norton diz sobre a Trindade : "Podemos traçar a história dessa doutrina e descobrir a sua origem, não na revelação cristã, mas sim na filosofia platônica. A Trindade não é uma doutrina de Cristo e de seus Apóstolos, mas sim uma ficção da escola de posteriores platonistas."

A Igreja dos Primeiros Três Séculos diz: "A doutrina da Trindade foi formada de maneira gradual e comparativamente tardia e teve a sua origem numa fonte inteiramente estranha à das Escrituras Judaicas e Cristãs. Cresceu, e foi enxertada no cristianismo, pelas mãos de Pais platônicos."



Mas, para que não paire dúvida alguma, faremos uma pesquisa no Novo Testamento, para resolvermos esta questão. Vejamos estas Passagens :

Marcos 12, 29 e 32 : ...o SENHOR nosso Deus é o único Senhor. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele ;

Romanos 3, 30 : Visto que Deus é um só...;

1 Coríntios 8, 4 e 6 : ...o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só. Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo ...;

Gálatas 3, 20 : Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um ;

Efésios 4, 5-6 : Um só SENHOR, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós ;

1 Timóteo 2, 5 : Porque há um só Deus, e um só Mediador...


Por outro lado, os Discípulos nunca O tiveram como a um Deus, e sempre diziam que era apenas um Homem, vejamos :

Atos 2, 22 : Homens israelitas, escutai estas palavras : A Jesus Nazareno, Homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais...

Romanos 5, 15 : ...muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só Homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos ;

1 Timóteo 2, 5 : ...e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem.


Cristo sempre Se colocou como enviado de Deus, nunca como o próprio Deus. Além de que, as profecias sobre Ele, sempre diziam da vinda de um Messias (Mensageiro) e não que o próprio Deus iria vir.

Se aceitarmos Jesus como sendo Deus, ficaremos diante de algo inexplicável, vejamos : Deus (Jesus) encarna na Terra, se imola na cruz em oferta a Deus (Ele mesmo) para tirar os nossos pecados. Pode uma coisa dessa ? Também, quando Jesus morre na cruz, diz : Pai ( =Deus, ou seja, Ele mesmo ), em tuas mãos entrego meu espírito. Como explicar Ele entregando Seu espírito a Ele mesmo ?

Outra :    João 7, 28 : "Se me amásseis, vos alegraríeis de que eu vá AO PAI, porque O PAI é maior do que eu".

Com relação a essa Passagem, podemos inferir : Ora, como alguém pode ser maior do que Jesus, SE Jesus fosse o próprio Deus ? Acaso haveria sentido nas palavras de Cristo se Ele dissesse que Ele era maior do que ELE PRÓPRIO ???

Temos ainda a Passagem relativa à Transfiguração de Jesus. Mais ao final, é dito :

Lucas 9,28-36 / Mateus 17,2 / Marcos 9,2 : "...Pedro tomou a palavra e disse a Jesus : "Mestre, é bom estarmos aqui ! Vamos levantar três tendas : Uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias", sem saber o que dizia, pois estava com muito medo. Enquanto falava isso, apareceu uma nuvem, que os envolveu (...) E da nuvem uma voz se fez ouvir, que dizia : "Este é o meu Filho, o Eleito, escutai-o". Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Eles guardaram segredo e naqueles dias não disseram a ninguém coisa alguma do que tinham visto." ( Destaque meu ).

Ora, então Jesus estava na Terra e uma voz veio do Céu e proclamava : "Este é o meu Filho, o Eleito, escutai-o".

Se Jesus fosse Deus, como uma voz viria do Céu dizendo aos discípulos que, Aquele que estava na Terra com Eles, ou seja, Jesus, era seu Filho, Eleito ???!!!

Logo Jesus é filho de Deus, e não o próprio Deus.



Mas se alguém quiser saber o porquê do dogma da Trindade, imposta aos Católicos e aceita pelos Protestantes, é só pesquisar a cultura de todos os povos que dominaram o Povo Hebreu e encontrará a explicação. Como já foi dito, não fizeram nada mais que copiar o que desses povos tinham a respeito de suas divindades, que eram sempre compostas de três pessoas. E o Catolicismo, em meio a várias Religiões, não possuía mais que um Deus. Assim, para se igualar às correntes religiosas, diga-se de passagem, todas ditas pagãs, resolveu juntar aos seus dogmas, mais este.



CRÊEM NA INFABILIDADE DA BÍBLIA ?


Os Católicos acreditam na infalibilidade do Papa, os Protestantes na infalibilidade da Bíblia e nós, os Espíritas, preferimos aceitar e acreditar somente na INFALIBILIDADE DE DEUS. E é por isso que não podemos, por razões de lógica e bom senso, aceitar que Deus, sendo infalível, justo e de infinita bondade, possa produzir algo assim :


1) Gn 6, 6 : "...então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra..."

1.1) Análise : "... se arrependeu o Senhor ... ???!!! - Ora, se Deus é perfeito, Ele não pode errar. Só se arrepende de alguma coisa aquele que fez algo que considera errado. Então, como Deus pôde ter feito algo errado se Ele é perfeito ???


2) Deuteronômio 23, 1 : "Aquele a quem forem trilhados os testículos, ou cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor".

2.1) Análise : Testículo ???!!! membro viril ???!!! - Esses termos viriam mesmo de Deus ???


3) Sl 103, 8-9 : "O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira".

3.1) Análise : "... para sempre a sua ira ..." - Deus sentiria ira, raiva, ódio ??? Se Deus é todo amor e bondade, como pode sentir essas coisas ??? Como pode Deus se rebaixar a esses sentimentos humanos ???


4) Sl 94, 1 : "O senhor, Deus das vinganças, Ó Deus das vinganças, resplandece"

4.1) Análise : "... Deus das vinganças, Ó Deus das vinganças ..." - Deus seria vingativo ??? Novamente : Se Deus é a perfeição máxima, como Ele poderia pensar em vinganças, que é um sentimento ruim e baixo do Ser Humano ???


5) Sl 105,24-25 : "Deus fez sobremodo fecundo o seu Povo e o tornou mais forte do que os seus opressores. Mudou-lhes o coração para que odiassem o seu Povo..."

5.1) Análise : "... Mudou-lhes o coração para que odiassem o seu Povo ..." - Deus, com sua infinita bondade e amor, poderia provocar ódio nos corações das pessoas ???


6) Sl 105, 36 : "Também feriu de morte a todos os Primogênitos da sua Terra, as primícias do seu vigor".

6.1) Análise : "...feriu de morte a todos os Primogênitos da sua Terra ..." - Deus, que é TODO amor, iria FERIR DE MORTE OS PRIMOGÊNITOS ????


7) Em Êxodo 21, 12 : Quem ferir mortalmente um homem, será punido de morte ;


8) Êxodo 21, 15 : Quem ferir o pai ou a mãe, será punido de morte.


7.1 e 8.1) Análise : "...será punido de morte."   - Será que Deus instituiu a pena de morte, para que os homens a executassem ?


9) Sl 110, 5-6 : "O Senhor à tua direita, no dia da sua ira, esmagará os Reis. Ele julga entre as Nações ; enche-as de cadáveres ; esmagará as cabeças por toda a terra."

9.1) Análise : "... esmagará os Reis ..." "... enche-as de cadáveres ; esmagará as cabeças por toda a terra ..." - Será que Deus desceria a esse nível ???


10) Números 31 : 17-18 : "Agora, pois, matai todos os meninos entre as crianças, e todas as mulheres que conheceram homem, deitando-se com ele". As meninas, porém, que não tiveram relações com homem, conservai-as vivas para vós."

10.1) Análise : "...matai todos os meninos entre as crianças..." ????!!!! "...conservai as meninas (puras) para Vós" ????!!! - Está aí, uma nítida intervenção de ideias humanas, criminosas ( matai ) e licenciosas ( conservai as meninas vivas para vós ). Conservai-as para vós ???   Com que intuito ... ???



Isso entre outras tantas cujo desfecho é a morte. Entretanto, temos em Êxodo 20, 13 : Não matarás. Bem, ficamos na dúvida : É para matar ou não ?


Por oportuno, vale ressaltar que o método crítico histórico de investigação bíblica, que surgiu no século XIX, salienta a necessidade de compreendermos o que os próprios Autores Bíblicos entendiam sobre aquilo que diziam, considerando-se a posição deles dentro da História. Esse método de investigação salienta que eles viveram em uma época em que a Ciência era deficiente e muito limitada ; que eles viviam herdando ideias primitivas sobre a natureza ; seus pontos de vista sobre Deus eram bastante antropomórficos, daí a correlação de sentimentos humanos e falhos, atribuídos a Deus. E pensar que existem tantas pessoas que ainda continuam, em pleno Século XXI, utilizando o mesmo raciocínio dos Homens daquela época, achando que Deus poderia ter mesmo sentimentos humanos, inferiores por natureza ...


Fico imaginando como seriam as Sagradas Escrituras, digamos, no ano 4.000. Os Exegetas do futuro, talvez tivessem a mesma dificuldade que têm hoje, os intérpretes da Bíblia, para discernir o que é humano e divino. E muito provavelmente, poderiam se deparar com um acontecimento bem típico das barbáries humanas, que os homens teimam em atribuir a Deus :

Apocalípse 11-9 :   Naquela trágica manhã do terceiro alvorecer da semana, as trombetas soaram para anunciar a VINGANÇA que Deus havia preparado para o povo infiel. Sua sede de justiça seria saciada com a MORTE de milhares de inocentes. Dois aéreos impiedosos se lançaram, ao sul da ilha, nas edificações de pedra, construídas pelo gênio do mal, símbolos de um povo frio e dissoluto, transformaram em escombros e cobriram de nuvens o orgulho de uma Nação... E no centro do poder, a terceira maldição rompeu a quinta parte da muralha que protegia os líderes guerreiros, debilitando seu poder e glória. Mas Deus, ARREPENDIDO de ver a imolação de 3.025 de seus filhos, impediu que a última maldição atingisse o Palácio dos Doutores da Lei, fazendo-a cair, num gesto de misericórdia, próprio do Senhor do Universo.

E Eu não teria dúvidas de que mais esse absurdo, cometido pelo fanatismo religioso dos homens, seria considerado como "Vontade do Senhor", face à "rebeldia" de um povo, e os termos : VINGANÇA, MORTE e ARREPENDIMENTO seriam atribuídos a Deus, em mais uma cínica transferência de responsabilidade dos sentimentos baixos e torpes, da criatura ao Criador. Afinal, tendo por base o entendimento de bibliólatras fanáticos, Deus só chegou ao que chegou, ou seja, a morte de milhares de inocentes na América, devido ao mau exercício do livre arbítrio por parte daqueles que governavam aquela Nação...



CRÊEM QUE ESTÃO SALVOS PELO SANGUE DE CRISTO DERRAMADO NA CRUZ, PARA REMIR NOSSOS PECADOS ?



Preferimos ficar com Jesus, quando Ele diz : "Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e retribuirá a cada um conforme suas obras" (Mateus 16, 27). A retribuição é conforme as nossas obras e Jesus nunca falou em sangue remissor. Portanto, ficamos com as obras, porém, sem jamais esquecer de Cristo, que é a luz do Mundo.

Ao estudarmos o Novo Testamento, percebemos que no princípio, essa ideia de sangue resgatar os pecados foi introduzida somente para que o Cristianismo nascente se propagasse sem grandes dificuldades de aceitação. Foi o que os Apóstolos fizeram, talvez também fruto das Leis Mosaicas, já que é nelas que o sangue dos touros resgatava os pecados, pelo sacrifício da expiação.



AINDA NÃO ENTENDI. COMO O ESPIRITISMO PODE SER CRISTÃO ?


Ninguém nega que hoje se sabe mais sobre a Bíblia do que nos tempos passados. E é por isso que a Doutrina de Kardec, com a ajuda de Espíritos mais evoluídos, descobriu as verdades do Cristianismo Primitivo, as quais se identificam plenamente com a essência dos Evangelhos, pois eram os primeiros Cristãos que mais ligados estavam aos autênticos Ensinamentos de Jesus, Ensinamentos esses que lhes chegaram por intermédio dos próprios Apóstolos e primeiros Discípulos de Jesus.

Dissemos que o Cristianismo Primitivo era autêntico porque ele ainda não havia sido adulterado pelos teólogos, os quais acabaram por dividi-lo, ao longo dos séculos, em várias Igrejas. Isso sem contar as vítimas que foram sacrificadas, incluindo mortes com requintes de crueldade, de que são exemplos as que ocorreram nas chamas da intolerância da Santa (???!!!)   Inquisição Católica e Protestante, como foi o caso de Miguel Servet, natural de Villanueva de Aragón, Espanha, assassinado em 27 de outubro de 1553 em Champel, perto de Genebra, onde a lenha úmida fez com que seu suplício durasse cerca de duas horas. Conta-se que algumas pessoas, por piedade, colocaram lenha seca para abreviar seu martírio.

Os Espíritas seguem uma interpretação moderna, racional, da Bíblia. E é por isso que estão mais ligados ao Cristianismo Primitivo que é, como vimos, o verdadeiro Cristianismo. E porque não aceitamos todos os Dogmas da Igreja, somos considerados "hereges". Mas sempre houve Cristãos "hereges", pois bastava não aceitar as imposições de tiranos "religiosos", para ser classificado como "herege". Ademais, Jesus não criou nenhum dogma. Disse-nos que seus Discípulos seriam conhecidos pelo que eles fizerem, isto é, pela prática do amor, conforme o Novo Mandamento que Ele nos trouxe do Pai, ou seja, para que nos amássemos uns aos outros como Ele nos amou.

Foi também Jesus quem disse que ninguém deixará de pagar até o último ceitil ( Mt.5:26 ), o que quer dizer que somos nós mesmos que temos de pagar os nossos pecados. Mas isso quer dizer mais, ou seja, que pago o último ceitil, o pecador estará quite, não tendo nada mais a pagar, mesmo porque isso seria injusto, e Deus jamais cometeria uma injustiça.

Mas, um dia, todos chegaremos ao Pai, pois Ele quer que todos nos salvemos, e quem e o que poderão contra a Sua Vontade ? Por isso Ele fez nossos Espíritos imortais, e para fazer funcionarem a Sua Misericórdia e o Seu Amor, deu-nos a eternidade, um tempo sem fim, para que todos possamos nos voltar para Ele !

Temos todo o respeito para com o Sangue derramado de Jesus, o que não foi em vão, já que Ele se sujeitou a isso para nos trazer a Boa Nova, a Mensagem de Amor do Pai para nós. Por outro lado, Ele afirmou que a cada um será dado segundo suas obras. E, por obras, devemos entender as boas e as más. Estas últimas, com peso maior, nos levarão à condenação. Mas, se pesarem mais as boas, estaremos salvos. Essa explicação dispensa mais comentários.

Enfim, é evidente que o Cristo de Deus é o Salvador da Humanidade, oferecendo sua Mensagem de vida eterna como roteiro, como o caminho e a verdade que Ele mesmo se proclamou. Ele é exemplificação e modelo, mas compete a cada criatura seguir o caminho indicado, com esforço, com amor, com dedicação, e não ficar de braços cruzados, uma vez que já estaria salvo pelo sacrifício de Jesus no Calvário. Pregar que a redenção da criatura se faz unicamente pela Cruz e não pelo esforço de cada um, é incentivar a indiferença pela vida, igualando bons e maus. É, igualmente, desprezar a Justiça Divina, na sua função de dar a cada um segundo suas obras, como ensinou Cristo, em Mt. 16,27. Repito : COMO ENSINOU CRISTO !!! Afinal que mal há em acreditar em Cristo e amá-Lo de todo o coração e ainda por cima praticar obras em benefício do Próximo ??? Será que Jesus só quer que O amemos sem mais nada fazer ? Será que se eu amá-Lo e ao mesmo tempo, obrar, serei condenado ???

E, por outro lado, teríamos até que aplaudir os judeus e os romanos que O crucificaram, pois seria graças a esse assassinato que ganharíamos a felicidade eterna. E será que Deus exigiu esse monstruoso crime para nos perdoar ? Um pecado maior redime outro pecado menor ? A grande missão de Jesus, foi antes de tudo, mostrar o caminho da Salvação e não nos dar a perfeição, sem que nada tivéssemos feito para merecê-la. Não parece meio estranho sermos salvos porque algumas pessoas usaram de violência e mataram um Inocente ???   Foi esse o prêmio que Jesus nos deu por O termos matado ???   Prefiro crer que serei salvo porque Jesus viveu e não porque O matamos. E que não venham com a lenga-lenga dizendo que se trata de um mistério de Deus, pois é mistério criado pelos teólogos.

Acrescente-se a tudo isso o fato de que, enquanto os Líderes das Igrejas Cristãs vivem da sua Religião, os Líderes Espíritas vivem para a sua Religião !

Enfim, se ser Cristão e ter que aceitar as imposições absurdas das outras Religiões só porque constam nas mal traduzidas Bíblias, é melhor dizer que não seguimos a esse Cristianismo moderno, tolhido e moldado de acordo com interesses humanos. Preferimos dizer, simplesmente que seguimos a Cristo. Se, atualmente, ser Cristão é não acreditar nos avanços da Ciência, preferimos descartar essa denominação, e dizer : Seguimos a Cristo ! Se ser Cristão é ficar preocupado com o que os outros pensam para nos atacar, diremos : Seguimos a Cristo !

E para não sermos confundidos com os que se dizem Cristãos e não seguem a Cristo, até mesmo suplicamos por outro nome para identificar a nós que nos esforçamos para seguir plenamente Seus ensinamentos. E diante de tantos absurdos que fizeram e ainda fazem os que se dizem Cristãos, preferimos somente ser chamados de : Seguidores de Cristo.

Jefferson S.B.

Com base nos Textos de   Paulo Neto   e   José Reis Chaves








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